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O Rouxinol

Era uma vez, na China antiga, um poderoso imperador que vivia num magnífico palácio feito de porcelana, rodeado por jardins exuberantes e lagos cristalinos. Sua grande propriedade era um símbolo de riqueza e beleza, e os visitantes de terras distantes sempre ficavam encantados com sua grandiosidade. No entanto, o que mais impressionava aqueles que visitavam o palácio não eram as jóias ou a arquitetura, mas o canto doce e melodioso de um rouxinol que vivia nos bosques próximos.

O rouxinol era um pequeno pássaro de aparência modesta, mas sua voz era tão bela que fazia com que todos os que a ouvissem se emocionassem. Seu canto era tão puro que aliviava as dores e trazia paz aos corações de quem o ouvia. A fama de sua música chegou ao conhecimento do imperador, que, curioso, decidiu conhecer o pássaro que encantava a todos.

– Quero ouvir esse rouxinol de que todos falam! – tentativa do imperador.

Os servos do palácio, confusos, não sabiam onde encontrar o pássaro, mas se apressaram em buscar informações. Perguntaram aos habitantes do palácio e às pessoas da cidade, até que uma jovem criada que conhecia bem os bosques disse que sabia onde encontrar o rouxinol. Assim, ela guiou os outros servos até o pássaro.

Ao encontrarem o rouxinol, a criada pediu que ele cantasse para o imperador. O rouxinol, humilde e bondoso, aceitou o convite e foi levado ao palácio. Quando começou a cantar para o imperador, todos ficaram em silêncio, enfeitiçados por sua voz encantadora. O próprio imperador, que era conhecido por ser rígido e impassível, sentiu-se profundamente tocado pelo canto do rouxinol.

– Que maravilha! – exclamou o imperador. – Quero que este pássaro viva no meu palácio e cante para mim sempre que eu desejar!

O rouxinol, disposto a agradar o imperador, enviado em ficar no palácio. Ele cantava todos os dias, e sua música trouxe grande alegria a todos. No entanto, o rouxinol sentia falta de sua liberdade, dos bosques e das árvores onde costumava viver.

Algum tempo depois, o imperador recebeu um presente especial: um rouxinol mecânico , revestido de joias e feito com o mais fino ouro. Quando a máquina era acionada, o rouxinol mecânico cantava uma música que imitava o som do verdadeiro rouxinol. A novidade foi um grande sucesso entre os nobres, que ficaram encantados com o brilho e a riqueza do pássaro artificial.

Fascinado pela novidade, o imperador começou a preferir o rouxinol mecânico, pois ele era sempre previsível e não falhava em sua melodia. Aos poucos, o verdadeiro rouxinol foi esquecido e, sentindo-se triste e indesejado, voltou para os bosques, onde reencontrou sua liberdade.

Por um tempo, tudo parecia perfeito com o rouxinol mecânico, e o imperador o ouvia todos os dias. No entanto, certo dia, a máquina do rouxinol começou a falhar e, após alguns anos, completamente corteses. As artes planejadas consertá-la, mas não buscar, e o rouxinol mecânico nunca mais cantou.

Desolado, o imperador percebeu o erro que havia ocorrido ao trocar o verdadeiro rouxinol por uma cópia artificial. Ele sentiu falta da música pura e cheia de emoção que o rouxinol de verdade lhe ofereceu. Mas, agora, ele estava sozinho em seu palácio, sem o canto que tanto o consolara.

O tempo passou, e o imperador adoeceu gravemente. Ele estava deitado em seu leito, fraco e solitário, e sentiu-se abandonado. Os nobres e servos evitaram o quarto do imperador, pois acreditavam que ele não resistiria. A tristeza e o silêncio dominavam o palácio.

Quando tudo parecia perdido, o verdadeiro rouxinol, que soube da doença do imperador, retornou ao palácio. Ele pousou na janela do quarto imperial e começou a cantar suavemente. Ao ouvir o canto do rouxinol, o imperador sentiu uma paz profunda e uma força revigorante.

Aos poucos, a saúde do imperador começou a melhorar, e ele descobriu que o rouxinol de verdade era insubstituível. Ele se desculpou com o pequeno pássaro, agradecendo-lhe por seu retorno e prometendo nunca mais prender sua liberdade.

– Você me trouxe vida e paz novamente – disse o imperador. – Vá e cante livremente. Sei que você sempre será bem-vindo em meu reino.

O rouxinol continuou a visitar o imperador sempre que desejava, mas permanência livre para voar pelos bosques e cantar para todos que quisessem ouvi-lo. O imperador, finalmente, aprendeu a valorizar o que é verdadeiro e natural, algo que a riqueza e o poder não puderam substituir.

E assim, o imperador e o rouxinol viveram em paz, e o canto do pássaro trouxe harmonia ao reino, como símbolo de que o valor do que é verdadeiro está além do que se pode possuir.

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