Pular para o conteúdo

Era uma vez um comerciante rico que vivia em uma cidade com suas três filhas. A mais nova delas era chamada Bela e era conhecida por sua segurança e beleza. Ao contrário das irmãs, que eram vaidosas e sempre desejavam joias e roupas confortáveis, Bela era humilde e amável, sempre ajudando seu pai e alegrando aqueles ao seu redor com sua simplicidade e doçura.

Um dia, o comerciante perdeu toda a sua fortuna em um acidente de navio, e a família foi obrigada a deixar sua pensão e se mudar para uma casa simples no campo. As irmãs de Bela ficaram muito infelizes com a nova vida, pois não suportavam viver sem os luxos de antes. Bela, no entanto, manteve-se otimista e ajudou seu pai a cuidar da casa, plantava flores no jardim e alegrava a todos com seu sorriso.

Alguns anos depois, o comerciante recebeu a notícia de que um de seus navios, que ele acreditava ter sido perdido, havia chegado ao porto. Animado com a possibilidade de recuperar sua fortuna, ele decidiu viajar até a cidade. Antes de partir, perguntei às filhas o que elas gostariam de ganhar como presente.

As irmãs de Bela, ambiciosas, pediram vestidos caros e joias valiosas. Mas Bela, que não desejava nada extravagante, pediu apenas uma rosa .

– Quero apenas uma rosa, pai – disse ela –, pois não vejo mais flores onde estamos.

O comerciante partiu, mas, ao chegar à cidade, descobriu que seus bens foram tomados para cobrir suas dívidas. Triste e cansado, ele começou a voltar para casa. No caminho de volta, perdeu-se em uma floresta sombria e fria. Ele vagou por horas, até encontrar um grande e misterioso castelo. O comerciante, faminto e exausto, entrou no castelo à procura de abrigo.

O castelo era luxuoso, com uma lareira acesa e uma mesa posta com comida. Não havia ninguém por perto, mas tudo parecia convidativo. Ele se sentou e comeu, descansou junto ao fogo e, ao amanhecer, decidiu ir embora. Ao sair, o comerciante avistou um jardim magnífico, cheio de rosas vermelhas. Lembrando-se do pedido de Bela, ele colheu uma das flores.

No mesmo instante, uma figura sombria apareceu diante dele. Era o dono do castelo , uma criatura que parecia uma mistura de homem e animal, com feições assustadoras e corpo coberto de pelos – uma verdadeira Fera. O comerciante, apavorado, tentou se desculpar, mas a Fera o acusou de roubo e ameaçou sua vida.

– Você ousa roubar uma das minhas rosas? – rugiu a Fera. – Por isso, deve pagar com a sua vida!

Desesperado, o comerciante implorou por misericórdia, explicando que a rosa era um presente para sua filha. Ao ouvir a história, a Fera ponderou e fez uma oferta:

– Eu o deixarei partir, mas, em troca, você deverá me enviar sua filha mais nova. Ela deve vir voluntariamente e viver aqui comigo.

O comerciante, aflito, casualmente e voltou para casa, decidiu não contar nada a Bela. Mas, ao chegar, Bela vê sua tristeza e insiste para que ele revele a verdade. Ao ouvir o que havia acontecido, Bela decidiu que iria ao castelo da Fera no lugar do pai.

– Não se preocupe, pai – disse ela. – Eu irei e cumprirei o acordo. Não posso deixar que sofra por minha causa.

Apesar dos protestos de seu pai e das irmãs, Bela foi até o castelo da Fera. Quando chegou, a Fera a recebeu com gentileza, dizendo que ela era livre para se mover pelo castelo e que seria tratada como uma convidada. No entanto, ele avisou que ela nunca deveria tentar escapar.

Nos primeiros dias, Bela sentiu medo e solidão no vasto castelo. Porém, ao longo do tempo, começou a explorar o lugar e descobriu que, embora a Fera fosse assustadora na aparência, ele era gentil e educado. A cada noite, eles jantavam juntos, e a Fera contava histórias e fazia perguntas sobre sua vida. Apesar de sua aparência, Bela passou a vê-lo como um amigo, alguém com um coração bondoso e solitário.

Todas as noites, a Fera pedia a Bela que se casasse com ele, mas ela sempre recusava educadamente, pois ainda não se sentia pronta. Mesmo assim, eles se tornaram grandes amigos, e Bela percebeu que o castelo não era mais um lugar assustador, mas um lar cheio de coisas maravilhosas e boas companhias.

Um dia, Bela sentiu uma profunda saudade de seu pai e pediu a Fera que o deixasse visitá-lo. A Fera, embora relutante, permitiu que ela fosse, mas com uma condição:

– Você pode ir, mas deve voltar em uma semana, ou meu coração não suportará a dor de sua ausência.

Bela prometeu voltar e partir para casa. Ao ver sua filha novamente, o pai ficou radiante de felicidade, e as irmãs, embora enciumadas, fingiram alegria. Porém, quando Bela contou sobre a Fera e sobre a promessa que fazeria de voltar, as irmãs decidiram enganá-la, convencendo-a a ficar mais do que uma semana.

Eles a convenceram a ficar um pouco mais, e Bela, querendo agradá-las, acabou perdendo a noção do tempo. Mas, em uma noite, teve um terrível pesadelo: viu a Fera agonizando de tristeza no jardim do castelo, como se sua vida estivesse se esvaindo. Assustada, Bela veja o quanto se importava com ele e que seu lugar era ao lado da Fera.

Na manhã seguinte, ela voltou ao castelo o mais rápido que pôde. Ao chegar, encontrou a Fera caída no jardim, briga e sem forças, quase como em seu sonho. Bela correu até ele e, com lágrimas nos olhos, confessou:

– Ah, Fera, por favor, não morra! Eu pensei que você era apenas meu amigo, mas agora vejo que não posso viver sem você. Eu, oh, amo!

Assim que Bela pronunciou essas palavras, uma magia antiga foi quebrada. O corpo da Fera começou a brilhar e a mudar. Diante de Bela, a Fera se transformou em um belo príncipe, com olhos gentis e um sorriso que ela imediatamente olhou. Ele explicou que, muitos anos atrás, havia sido amaldiçoado por uma bruxa e que apenas o verdadeiro amor poderia quebrar o feitiço.

– Você libertou meu coração com seu amor, Bela – disse o príncipe. – E agora posso ser eu mesmo novamente.

Bela e o príncipe se abraçaram, felizes por finalmente estarem juntos. O príncipe agradeceu a Bela por ter visto além das aparências e amado seu verdadeiro eu. Eles se casaram em uma linda cerimônia, e o castelo se encheu de alegria e luz.

E assim, Bela e o príncipe viveram felizes para sempre, lembrando que a verdadeira beleza está no coração.

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários